segunda-feira, 6 de junho de 2011




HOMENAGEM AO 2º FESTIVAL DE MÚSICA FELINTO LÚCIO



Gostaria que as minhas palavras de louvor ao 2º Festival de Bandas Maestro Felinto Lúcio Dantas tivessem a força do ápice de um dobrado executado pela Banda de Música da Polícia Militar do Estado do Rio Grande do Norte; que fossem elas dotadas do carisma do maestro Bembém regendo ao mesmo tempo a excelente Filarmônica de Cruzeta e a platéia entusiasmada ali presente; que se revestissem em seus significados, da elegância da maestrina Paula Francinete à frente da frenética Banda de São Tomé; que espelhassem reflexos da criatividade de um Márcio Dantas, compositor e maestro que traz no DNA a seiva da musicalidade genealógica da família Dantas, de Carnaúba; que traduzissem numa só tirada, o fôlego do Sargento Silas produzindo não somente sons, mas emoções com os seus solos magistrais de trompete; mas tudo isso é muito pouco, na verdade é um quase nada na tentativa vã de dar ao leitor uma boa dimensão das horas mágicas que vivenciamos ao sabor da Música, no Teatro Cadinha Bezerra, nestes dias 04 e 05 de junho, graças a ASSOMUSC e a toda a sua equipe capitaneada bravamente pelo maestro Camilo Dantas, cujo trabalho sempre tão bem orquestrado se fez recompensar pela excelência do resultado obtido. Maestro, credibilidade é a palavra que faz de seu esforço, a certeza de que no próximo ano, teremos o público e os próprios músicos pedindo BIS.

Como é maravilhosa a arte. Como é tocante a harmonia sonora que brota do sopro coletivo de uma banda de música traduzindo-nos emoções. No palco, dedos ágeis e juvenis fizeram ecoar acordes de gente grande; na batida ritmada dos pés víamos a marcação do compasso da música que se evolava inefável pelo ar; o zelo com os instrumentos em polidos tons de ouro ou prata davam ao cenário um brilho de realeza. Dizer mais para quê? Os instantes foram do sentir, sentir a música em toda a sua essência penetrando nos nossos ouvidos, fazendo vibrar os nossos tímpanos, martelos e bigornas para se alojar para sempre na memória de nossos corações.

Mas a despeito da excelência de um evento dessa magnitude, que tanto nos envaidece, que tanto nos honra, há sempre uma nota triste, uma nota que destoa, um ruído, uma dissonância desagradável que nos incomoda e que se fez sentir nas palavras afiadas e afinadas do maestro Bembém e do Músico-Capitão Leitão, conterrâneo nosso, cujo eloquente dueto pôs em evidência a falta de apoio de alguns governantes insensíveis às causas das bandas de músicas municipais; denunciaram também o desprezo da mídia estadual, que se amesquinha ao divulgar no âmbito cultural, apenas o que ocorre no eixo Natal-Mossoró.

Meus conterrâneos, não faz sentido e nem é razoável que o Banco do Nordeste, tendo constatado o sucesso do evento no ano de 2010, não tenha aprovado a edição de 2011; é paradoxal e nos causa um certo constrangimento, um nó na garganta, que a cidade anfitriã de tão extraordinário evento, não tenha tido a possibilidade de se apresentar por falta de instrumentos musicais e de músicos, deixando uma lacuna que nos fere no mais profundo íntimo de nossa sensibilidade; não faz sentido ou no mínimo é lamentável que das 9 cidades que formam a região do Trairi, nenhuma delas estivesse presente com uma BANDA para formar o TODO deste extraordinário festival. Acordes, acordem os nossos prefeitos da sonolência cultural!

Mais não digo para não ser desagradável, e destaco por fim, a presença entre o público, dos ex-prefeitos Gilson Andrade e Hildebrando Teixeira, que seguindo o exemplo de Zé Rocha, deram a sua contribuição no passado para a formação e manutenção de nossa Banda de Música Municipal, e que lá estiveram prestigiando o evento, juntamente com os vários ex-integrantes de ontem e de hoje da nossa querida Banda, entre eles, o grande maestro Deusdete Araújo.

Parabéns aos empresários que patrocinaram o evento; parabéns aos blos e as rádios que o divulgaram; parabéns às crianças, jovens, adultos e idosos que lotaram o teatro, reforçando a máxima de que a boa música, sendo universal é também um fenômeno atemporal. Viva à música e a ASSOMUSC, viva ao maestro Camilo, e finalmente demos vivas ao nosso Festival!!!



Marcos Cavalcanti

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